Ainda me lembro como fosse ontem, a lua brilhava e todos descansavam em suas casas. Saí para apanhar ar e fugir à discussão entre pais. O bosque assobiava ao ritmo da luz e do vento, os animais noturnos avisavam quem se arriscava a entrar nele, os pássaros fugiam para dar lugar aos corvos e morcegos e eu ali ficava, olhando tudo isso acontecer em uma noite de lua cheia e estrelas cintilantes. Meu amigo John por ali passou e me disse que nada daquilo é um mar de rosas, era tudo preto e preto, apenas de dia se vê a sua beleza simpática. A curiosidade aumentava em mim, o bosque me chamava, como um ladrão cativa uma criança. Meus pais me chamavam 'Anne, vem pra casa. Já é tarde filha.' , mas eu fingia não ouvir, até que à terceira chamatória, corri para casa. De manhã, minha mãe me chamou para o pequeno-almoço, quando um arbusto bate em minha janela e fica apontado no chão para o bosque, fiquei estupefacta ao vê-lo, mas não liguei. Bateu as 17h da tarde e fui visitar o John, fomos dar uma volta e contei a minha situação de ontem e esta manhã, ele me aconselhou a não ir nos seus jogos.. porque quem lá entra, só o mais destemido sai. Caíu a noite e ainda penso no que John me disse, mas como ignorar tão forte desejo de lá entrar? Saí para apanhar ar e lá estava o bosque me chamando de novo. Decidi me aproximar lentamente para não cair nos enormes ramos caídos, até que vi um veado com olhos brilhando no escuro. Minha questão nesse momento foi: Será que se entrar, não sairei nunca mais?
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